Is 11,1-10, Sl 71, Lc 10,21-24
Nesta terça-feira, o profeta Isaías prevê a vinda do salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo. No Evangelho, Cristo deixa claro que Ele é a resposta para todas, literalmente todas as perguntas humanas, e que ouvi-Lo (tal como os apóstolos fizeram) é um privilégio que os profetas morreriam para ter. Hoje, Jesus Cristo fala por meio da Igreja, que ensina sua doutrina e torna novamente presente o Sacrifício do Calvário em cada missa. Não o ouvimos pessoalmente, mas através da obscuridade da fé. Entretanto, nós o ouvimos. Como foi dito ontem, como alguém crerá que se não ouviu? Nós ouvimos, e ouvindo, precisamos tomar uma decisão de segui-Lo. Isso não pode ficar no campo do abstrato, deve levar a um objetivo concreto, um "o que devo fazer aqui e agora". E a busca de um objetivo exige, evidentemente, um planejamento, um plano de vida que engloba todos os seus aspectos. Em primeiro lugar, é necessário tomar consciência de quem sou eu. Um homem adulto, doutorando em física, em breve único sustentador da casa (embora já seja o principal), pai de duas crianças (uma ainda no ventre da mamãe). É dessa realidade a respeito de quem sou é que brotam as minhas responsabilidades. O Senhor quer que frutifiquemos onde estamos plantados, e é o nosso estado de vida que dita como isso deve ser feito. Mas como fazer algo bom? Em Deus, percebendo que Ele está presente, nos olhando paternalmente, disposto a nos ajudar quando nós pedimos a Ele. Agradaremos a Deus quando nós fizermos bem àquilo que é de nosso dever. O trabalho diário e o cuidado com os nossos são, efetivamente, aquilo que determina a nossa "regra de vida", e deveríamos seguir tal regra com a disposição de um monge que segue sua regra. A nossa vida precisa de ordem, e uma ordem que reflita o objetivo final dela. Senhor, o objetivo final de nossa vida é ir para junto de Vós. Refletir na sua presença e vigiar constantemente... isso é ter esperança, pois nossa vida estará em função de uma promessa ainda não realizada, mas que sabemos, pela autoridade de quem nos relevou, que se realizará. Como vigiar, sem rezar o tempo todo? Como querer muito estar no céu, com Cristo pra sempre, se nos momentos vagos nós preferimos procrastinar e ler sobre qualquer coisa que seja, a revelia de um momento de oração ou meditação?
Resumindo, o Salvador veio e quer vir em nossos corações. Precisamos trabalhar duro, com perfeição humana e sobrenatural, para construir um belo presépio pra Ele, e isso será feito através do cumprimento amoroso de nossas tarefas diárias. Mas só desejaremos recebe-Lo se conversarmos com Ele, se nós silenciarmos nosso coração pras coisas carnais, de modo a ouvir a vós dAquele que dá sentido a todo o nosso esforço, e que nos fortalece para que consigamos vencer as provações. Rezar é difícil, e devemos começar aos poucos, mas a meta é que a oração seja o nosso consolo e o nosso deleite. Rezando para bem trabalhar, e trabalhando para melhor rezar, oferecendo nosso "touro sem mancha" no altar cósmico, caminharemos na direção de nosso sentido último. Ó Jesus, já falhei na minha manhã. Obrigado por terdes me dado força para erguer a cabeça e ler a liturgia diária, para ouvir a Vossa voz. Ajudai-me a não perder o foco, a manter meus olhos fixos na Vossa figura imponente. Ajuda-me a vigiar, me perguntando sempre o que estais achando de minha atitude. Ajuda-me, pela intercessão da Santíssima Virgem Maria, a ser verdadeiramente um homem de verdade, ciente de seus deveres, profundamente forte em Cristo e profundamente humilde.
Hoje, com a Vossa graça, planejarei minha rotina pormenorizadamente, e seguirei-a como uma regra monástica. Ajuda-me, Senhor, a ser fiel, a não me conformar na minha falta de virtude!