domingo, 19 de julho de 2020

Quinta-Feira da 15a Semana do Tempo Comum - 16/07

 Zc 2, 14-17 ; Lc 1, 46-44 ; Mt 12, 46-50
 Nossa Senhora do Carmo

Dia de Nossa Senhora do Monte Carmelo. Os carmelitas, ordem que começou com um eremitério na gruta do Monte Carmelo, onde Santo Elias passou parte de sua vida, percebem algo magnífico: a alma interior, santa, é o jardim das Delícias de Deus. Deus habita, por meio de nossa participação na filiação divina pelo batismo, no íntimo de nossa alma. O mais belo desses jardins há de ter sido o jardim da alma da Santíssima Virgem Maria, cujos méritos são maiores que os méritos de todos os anjos e santos do céu ''somados''. Que alma pura e santa, que alma agraciada, que alma do agrado de Deus! Deus nela morou em carne, na pessoa divina de Nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo caminhou, como Esposo, no coração da Virgem, por todos os dias da vida dela. É essa obra prima, essa criatura superabundantemente amante de Deus que celebramos hoje. 
 Ora, essa Virgem não saiu por aí a pregar, a fazer milagres, a entrar em vigorosas disputatios com os judeus incrédulos e com os gentios. Ela disse ''sim'' a Deus e viveu uma vida aparentemente (e apenas aparentemente) comum e escondida. Mas ela agradeu a Deus mais que todos os anjos e santos juntos! Agradou mais que os grandes papas, mais do que os doze apóstolos! E ela fez isso não pragando, mas lavando fraldas, costurando roupas e cozinhando humildades receitas para alimentar o Padroeiro da Igreja universal e o próprio Deus feito carne! Ela agradou a Deus porque viveu isso, humilíssima, com o coração sempre voltado ao Senhor, esse hóspede tão precioso de nossas almas.
 Que hoje tenhamos isso em mente. O próprio Cristo viveu trinta anos escondido, trabalhando e rezando como um homem comum, ao menos exteriormente. Isso é um sinal. Um dia eu precisarei pregar com os lábios, mas agora devo ''pregar'' vivendo uma vida, envolvido em minhas ocupações cotidianas, mas ancorado no Senhor Jesus, reclinado em Seu peito, servindo ao hóspede de nossa alma que é Nosso Senhor e nosso amigo. Santa Virgem do Carmo, ora pro nóbis.

 Our Lady of Mount Carmel – Rob Clemenz SaintsforSinners
Nossa Senhora do Carmo

Quarta-Feira da 15a Semana do Tempo Comum - 15/07

Is 10,5-7,13-16 ; Sl 93, 5-15, Mt 11, 25-27 
Dia de São Boaventura

Na liturgia de hoje, Cristo diz que só conhece o Pai quem conhece àquele a quem o Pai enviou, o Filho. Conhecer o Pai é o sentido de nossa vida, é nossa ''causa final'', pois Ele tudo nos deu e devemos tudo dar a Ele. É nisso que se baseou a jornada místico-intelectual de São Boaventura, o Doutor Seráfico, quem expressa que o conhecimento meramente intelectual, teológico, ainda que iluminado pela luz da fé, não é nada comparado a esse prenuncio do ''contemplar a Deus face a face'' vivido pelos místicos. Cristo se dá a conhecer na Igreja, se entrega por nós na Missa, se faz alimento na Eucaristia. Todas essas realidades são perpassadas pela realidade da Igreja, a Igreja que foi fundada por Cristo sobre os apóstolos. Que confrontados com protestantes que atacam a Igreja, não assumamos uma posição defensiva. Não somos "uns entre muitos": participamos da única Igreja de Cristo como membros visíveis! Que isso seja motivo não de orgulho, mas de consciência, consciência dessa missão de anunciar aquele pelo qual se pode ''conhecer o Pai', anuncia-lo na Igreja!
 Que nunca deixemos de rezar.  

 Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo.


São Boaventura de Bagnoregio | CFFB Conferência da Família ...
São Boaventura

sexta-feira, 10 de julho de 2020

14ª Semana do Tempo Comum - Sexta-Feira - 10/07

Os 14,2-10, Sl 50, Mt 10,16-23


 Hoje acordei cedo para fazer minhas orações. Sempre há obstáculos. Se é durante o dia, fico aflito, pensando no trabalho que eu sacrifico sem pestanejar a custo de procrastinações. Se é de noite, sinto sono. Se é agora, de madrugada quase manhã, sinto muito sono, pois ainda não consumi cafeína. Sempre há dificuldades. Mas eu não devo pensar nesse momento de oração como um luxo, como um adicional, como algo que eu faço 'quando dá', quando eu não tenho coisas 'realmente' sérias para cumprir. Novamente, centro minha meditação, em primeiro lugar, no que li ontem a noite no "A Alma de Todo Apostolado". O homem cuja vida é frutuosa, cujo bem realmente se propaga, cujas obras realmente transparecem a luz de Cristo, é um homem contemplativo que é "forçado", pelo seu dever de estado, a agir, e o faz com alegria, pois cumpre a vontade de Deus, embora desejando mais ainda ter "tempo" para se colocar de joelhos e rezar. Eu busco rezar, mas o contato convosco, Senhor, fonte do meu ser, redentor de minha alma, princípio e fim de minha existência, não me chama a atenção, não me agrada! Como sou insensato! É mais fácil ficar a toa do que se esforçar nas coisas do espírito! O mesmo livro diz que a atividade "laboral" mais cansativa é a oração, que é mais que o estudo, que é mais que o trabalho braçal. Realmente parece ser verdade: rezar é árido, é cansativo, e se corre o risco de ficar repetindo palavras a esmo ou se perder na contemplação de qualquer coisa, pois qualquer coisa parece mais palpável do que o Deus invisível. Mas Senhor, sei também que isso é tentação do Diabo e da carne, e que sem rezar, eu jamais serei santo, eu jamais levarei a cabo obras boas, eu jamais farei Tua vontade de modo pleno. "Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos": Vós me enviaste como católico no meio do mar de ateus, racionalistas e progressistas, me enviaste como católico no meio dos físicos. Realmente levarei a cabo a tarefa de ajudar uma pessoa que seja se eu não colocar meus joelhos no chão e beber da fonte que és Tu? Vós me enviaste para cuidar de uma esposa e de um bebê (por enquanto). Acaso conseguirei refletir a Vossa luz na vida dessas duas filhas de Deus se eu não contemplar essa mesma luz, se sobre mim não incidir essa mesma luz que quero, que devo refletir? E isso se estende a absolutamente qualquer atividade que é colocada diante de mim. São deveres, sim, eu devo faze-los, o trabalho se apresenta como missão, o cuidado da família se apresenta como missão, o trato exterior (nem tanto agora em tempos de pandemia...) se apresenta como missão. Mas a contemplação vem primeiro, e não vem orientada para melhor trabalhar exteriormente,  embora isso acontece, é o contrário, o trabalho exterior vem para frutificar no trato exterior aquilo que é Ele mesmo o fim, o pois o trato com Deus é superior ao trato com as criaturas. Na oração, buscamos contemplar um pedacinho do céu, na comunhão (oh!), realmente o fazemos. 

 Meu Deus, ajuda-me a me dependurar sempre na Tua palavra. Ajuda-me a sempre voltar meu coração a Vós, vendo-Vos como princípio primeiro, fim último e amor de minha vida. Se tudo eu fizer por amor a Vós, unido a Vós, com a Vossa graça, tudo será levado a bom termo, tudo será ocasião de santificação. E o sucesso nessas mesmas coisas, deixo a Vosso critério, pois minha missão é fazer, não garantir o sucesso.

 Não deixeis que eu me afaste de Vós, não deixeis que eu me perca em redes sociais, não deixeis que eu me embruteça com as dificuldades do trabalho. Ajuda-me a ter um coração centrado em Vós. Ajuda-me, Senhor, a ter constância na oração. Eu nem sequer sei mais rezar. Misericórdia, ó Senhor, por tua bondade!


 Wolf Sheep Stock Pictures, Royalty-free Photos & Images
"como ovelhas em meio aos lobos"

quinta-feira, 9 de julho de 2020

14ª Semana do Tempo Comum - Quinta-Feira - 09/07

Os 11,1-4.8c-9, Sl 79, Mt 10,7-15

 Deus nos deu tudo de graça. Nos deu a vida, e pecamos contra Ele. Veio em pessoa, e o rejeitamos, pregando-O numa cruz. Mas essa cruz redentora, pelo sangue derramado do Deus que veio, redime do pecado àquele que se propõe a seguir a Jesus Cristo na Santa Igreja, que propõe entregar a vida ao Senhor, esperando Nele a felicidade que o mundo promete mas não dá. O Evangelho de hoje mostra que Cristo pede aos apóstolos que eles não levem nada com eles para a sua missão. É assim que deve ser a nossa postura: despojada, sem esperanças humanas. Isso não significa não buscar os meios, mas significa buscar acima de tudo o agrado de Deus, significa buscar beber de sua Palavra, de seus sacramentos, do contato íntimo com o Senhor, a fim de que essa água viva seja também passada pros outros nos mais banais atos cotidianos, não só na pregação explícita. A alma de todo apostolado é a oração, é a união com Deus! Deus ainda diz que aquele que não aceitar a palavra será julgado de modo mais duro que Sodoma e Gomorra! São palavras terríveis, mas que trazem também uma lição profunda: nossa missão não é cumprir, é tentar. Não é conseguir, é dar o melhor de nós. Afinal, é isso que podemos dar! O resultado, sobretudo se é um resultado que depende de circunstâncias que estão fora de nosso controle, é mais uma consolação do que uma necessidade. Certamente, uma alma orante tem maior chance de êxito no seu serviço a Deus. Mas nem São Francisco, o maior santo pós-era apostólica, conseguiu converter o Sultão! Então, que saibamos que o importante é fazer nossa parte com amor, com afinco e suportando com paciência as provações anexas. Não é o êxito em si.

 Que, inflamados de amor, possamos tomar parte em nossas atividades cotidianas, no nosso apostolado, com ânimo sempre renovado pela oração e pelos sacramentos (se possível!). Que nos despojemos de seguranças humanas e nos entreguemos a Deus. É nisso que regojizaremos, e ele prometeu "acrescentar tudo o mais" a quem buscasse por primeiro o seu Reino. Que eu possa buscar-Vos sempre, meu Senhor.

Hosea - Religious and Theological Studies - Loras College Library ...
Profeta Oséias

quarta-feira, 8 de julho de 2020

14ª Semana do Tempo Comum - Quarta-Feira - 08/07

Os 10,1-3.7-8.12, Sl 104, Mt 10,1-7 

 E, mais um dia, eis-me aqui, Senhor, batendo essas mal-traçadas na esperança disso ser uma oração sincera de um coração duro que deseja buscar-Vos. Ouvi a homilia do Padre Paulo Ricardo hoje, e ele notou um fato interessante. A fé de Israel começa em Abraão (ainda Abrão), que abandona seus pais e sua terra e parte, com sua esposa, para o oeste, sem saber exatamente pra onde, mas confiando em Deus sua vida. Deus lhe promete descendência, e ela lhe é concedida, nasce, na velhice deles, o menino Isaac. Mas Deus solicita um sacrifício. Abraão, homem de fé, confiando no Senhor, vai e entrega seu filho único. E ele lhe é poupado, e a aliança é selada: Abraão se converte no futuro pai de "uma multidão", avô de Israel com suas doze tribos, o povo escolhido por Deus. Na nova aliança, algo semelhante acontece: houve um ato de fé (o de Nossa Senhora: "fiat mihi secundum verbum tuum") e também um sacrifício, pois Maria sabia que aquele filho que lhe viria não seria para "ela", seria um dom de Deus pra humanidade, e isso se concretizou no Sacrifício da cruz, onde ela viu seu filho único sofrendo e morrendo, e Deus não o poupou: ele foi de fato entregue, e se entregou livremente, a fim de nos redimir e selar a Nova Aliança com seu sangue derramado por nós e "pro multis". 

 De algum modo, devemos imitar essa dinâmica em nossa vida. Primeiro, nós cremos. De algum modo nos convencemos que a autoridade da Igreja vem do próprio Deus que se revela, e desse modo assentimos a tudo ao que ela crê e ensina. Depois, Deus nos convida ao "dom de nós mesmos", em imitação ao seu Filho Unigênito. Devemos entregar a nossa vida a Deus: esse é o ato fundamental da vida do cristão. Todo o resto, que sabemos ser justo e necessário, é aquilo que "vem por acréscimo", pois só vem se unidos a Cristo, e é pela oração, é pela entrega, é por essa "consagração a Jesus Cristo" que nós de fato nos unimos a Ele, com a ajuda indispensável dos sacramentos, da Eucaristia, pão da vida, da confissão, que renova nosso propósito de seguir em frente, da participação da Santa Missa, onde ficamos diante de Calvário, ali, na nossa frente, mistério da fé.

 Essa fé se fundamenta nos apóstolos, na fé deixada por Cristo a eles. É a "nomeação" desses apóstolos que lemos hoje no Evangelho. É do múnus dado a eles que participam os bispos hoje em dia. Que responsabilidade! Se não fossem os apóstolos, se não fosse esse múnus que permanece com os bispos hoje, não teríamos a Santa Missa, que permite que participemos do Calvário, não teríamos o Pão da Vida, que quem comer será salvo! Que, no dia de hoje, permanecemos fiéis a essa fé dos apóstolos, rezemos pelos bispos e entreguemos nossa vida a Deus, fazendo a nossa pequena parte e entregando tudo ao Senhor, para que, bebendo dessa fonte de água viva, possamos mostra-Lo a todos aqueles que nos couber mostrar. Louvado Seja o Vosso nome, Senhor. Consagro minha vida a Vós pelas mãos da Santíssima Virgem, Arca da Aliança.

 TBT-Jesus calls His disciples
Jesus chama seus discípulos

terça-feira, 7 de julho de 2020

14ª Semana do Tempo Comum - Terça-Feira - 07/07

Os 8,4-7.11-13, Sl 113B, Mt 9,32-38

"Jesus olhou as multidões, e percebeu que estavam cansados e abatidos, como ovelhas que não tem pastor". Esse é o trecho que me chama a atenção na liturgia de hoje, porque deixa claro que o ser humano, sem Deus, se encontra triste, se encontra sem rumo, vive e sofre, mas não sabe porque sofre, vive, mas não sabe porque vive, inventando sentidos e objetivos que não se sustentam perante um exame objetivo, pois todo objetivo terreno que não faça referência a um sentido transcendente é, no frigir dos ovos, uma mentira reconfortante que foi inventada para que essa vida absurda continue podendo ser vivida. Mas Deus, que veio na carne em Jesus Cristo, que poderia se revelar a todos os homens como que por ciência infusa, quis precisar de nós, cristãos, católicos, para concretizar sua obra. "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos". As pessoas precisam conhecer Jesus Cristo. É por isso que, dadas as circunstâncias de cada um, no contexto de vida de cada um, no estado de vida de cada um, devemos pregar o Evangelho, com palavras, com amor, com nossa vida. Devemos ir e estender a mão em direção ao necessitado, pois é nessa misericórdia, nesse "coração que se inclina à miséria", que damos testemunho de que nossa fé não é fachada, não é uma fé burguesa, preocupada apenas com a própria satisfação egoística. Acima disso, percebemos o grande papel do clero, dos padres, dos bispos, do Santo Padre. Eles é que são, por excelência, os 'pastores' dessas ovelhas que se encontram cansadas e abatidas, correndo para lá e para cá sem rumo. Existem bons pastores, que, mesmo com seus erros, amam a Jesus Cristo e o revelam aos fiéis, ensinando com clareza que apenas colocando a vida diante Dele é que se pode obter verdadeira felicidade e salvação eterna. Existem, infelizmente em grande quantidade, maus pastores. Maus pastores sempre houveram: Judas Iscariotes era um dos doze, e traiu a Cristo com um beijo. Entretanto, hoje eles são maioria. Algo na própria Igreja amarra seus membros docentes, de modo que a burocracia e o respeito humano sufocaram, como erva daninha, a capacidade deles ensinarem. Rezemos, então, pela Santa Igreja e pelo clero. Que essa crise possa ser superada e que a fé reta possa ser ensinada por cada prelado. Que a heresia e o erro sejam perseguidos, não o zelo que remeta a tradicionalismo. Que cada padre possa se santificar por meio de seu ministério, e que os bispos percebam a grandeza de sua vocação e o chamado que Deus coloca a eles. Sem o clero, não temos a confissão, não podemos viver o Calvário, não podemos receber o próprio Cristo. Mas antes de tudo isso, vem a fé. O fruto de tudo isso é a caridade exercida. Que o Senhor mande operários para a messe, pois o trabalho é muito, e os operários são poucos. Rezemos pelos nossos bispos e nos santifiquemos, pois somos um laicato mau e covarde, que não merece clero algum. Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

The New Theological Movement: "Like sheep without a shepherd" - A ...
Jesus Cristo, o bom pastor, que dá a vida pelas suas ovelhas

segunda-feira, 6 de julho de 2020

14ª Semana do Tempo Comum - Segunda-Feira - 06/07



Os 2,16.17b-18.21-22, Sl 144, Mt 9,18-26
 Hoje, comemoramos o dia de Santa Maria Goretti, virgem e mártir. A homilia do Pe. Paulo Ricardo veio me lembrar, me alertar, para uma virtude que em nós brasileiros é vista como quase inacessível ou até indesejável, a pureza. O que é a pureza? A pureza consiste em ver as coisas tais como as vê uma criança, sem aquela carga sexual que é tão característica de nós como povo. Eu percebo isso em mim: eu (creio) que não cometo pecados mortais de natureza sexual, mas é muito claro que essa malícia está em mim. Sempre estou a recordar incidentes e "causos" de natureza sexual que me foram narrados, rindo e até falando deles, como piada, publicamente. As vezes faço comentários de duplo sentido (embora isso seja meio raro hoje em dia). As vezes me pego falando palavras fortes só pra chocar. É interessante que até os pagãos, impuros por natureza, acham a pureza algo belo, vendo com uma certa nostalgia desesperançada a vida de uma pessoa que demonstra em seus atos a pureza própria de uma criancinha. Daí eu paro e percebo o quanto estou longe dessa pureza da qual Jesus fala no sermão da montanha: bem aventurados os puros de coração! Ajudai-me, Senhor, a ser puro de coração, a fim de que essa minha carne receba vida nova, assim como recebeu a vida de Jairo, mas não a "mesma" vida carnal, mas uma vida na graça, onde vivo segundo o Espírito, não segundo a carne. Desse modo, poderei "desposar-me" de Jesus Cristo na Glória eterna, em companhia de toda a igreja, sem ter dificuldade com tal metáfora matrimonial, pois aí serei puro e entenderei plenamente o que tudo isso significa.

 Ajuda-me, Senhor, a ser puro de coração, vigiando-me e recorrendo a Virgem, mãe da pureza, a cada tendência a pecar contra tal virtude. Louvado seja Nosso Senhor, Jesus Cristo.

 Padroeira - Escola Santa Maria Goretti
Santa Maria Goretti, ora pro nóbis

domingo, 5 de julho de 2020

14º Domingo do Tempo Comum - 05/07

Zc 9,9-10, Sl 144, Rm 8,9.11-13, Mt 11,25-30 

 Na primeira leitura, Zacarias faz um anuncio, antes da primeira vinda, da segunda vinda de Cristo, onde Ele vai criar "novos céus e nova terra". Na segunda, São Paulo fala de que devemos, agora que fomos vivificados pelo Espírito, viver conforme esse mesmo Espírito, não segundo a carne. No Evangelho, Cristo diz que apenas por Ele se pode conhecer o Pai, e que seu jugo é suave e seu fardo é leve, o fardo dele que é "manso e humilde de coração". 

 Tememos, muitas vezes, a Segunda Vinda, a Parúsia. Tememos dizer "Maranatha", "vinde, Senhor Jesus". Isso se dá porque, muitas vezes, vivemos segundo a carne, não segundo o espírito. Não é que vivamos no pecado, chafurdando no lamaçal do vício e da infidelidade. Mas a nossa própria vida, ainda que esteja repleta de atos que não são maus em si, as vezes é vivida sem rumo. Queremos controlar o futuro, queremos garantir com 100% de certeza que nossos planos darão certo, enfim, queremos, as vezes, fazer as coisas com uma certeza que não é possível ter nesse mundo. A certeza que temos é que Deus nos ama e Ele quer nos salvar. Ele vai fazer o possível para tal, por vezes frustrando aquilo que planejamos. Viver segundo o Espírito não é "não planejar", não é deixar de pedir coisas pra Deus, mas é falar de coração: "se possível, afastai de mim esse cálice, mas que seja feita a Tua Vontade, não a minha". Deus sabe o que é o melhor pra gente!

Entendendo isso, podemos nos colocar diante de Jesus, sabendo que Ele é manso e humilde de coração. Ele é manso, pois, sendo Deus, e sendo nós outrora seus inimigos, cuidou de nós e morreu por nós na cruz. Ele é humilde porque se humilhou por amor a nós, morrendo uma morte de bandido. Se entregarmos nosso fardo a Jesus, Ele nos fará viver como os "lírios do campo": não de modo imprudente, mas de modo tal que percebamos que a vida não sairá sempre de acordo com nossos planos. Deus quer nos fazer santos, e Ele o fará do melhor modo possível. Devemos, então, viver cada dia totalmente pra Deus, elevando os olhos pra Ele em oração, buscando trabalhar escrupulosamente, buscando aceitar com paciência as provações que aparecem, buscando, enfim, uma vida santa e sem mancha, percebendo os desígnios de Deus para nossa santificação em tudo o que acontece.


Fazendo isso, viveremos segundo o Espírito. Vivendo segundo o Espírito, não teremos medo, mas sim esperança, diante da Parusia. Senhor, é uma vergonha eu, sendo Cristão, vos temer. Eu vos amo, mas meu temor parece maior que meu amor! Ajuda-me a entender que Vós sois um Deus de amor e perdão, que está aqui para nos ajudar, para nos purificar, para nos tornar mais parecidos convosco! Ajuda-me, Senhor, a viver conforme o Espírito, e não conforme a carne. Ajuda-me, enfim, a dizer com o coração cheio de esperança: Vinde, Senhor Jesus. 

 Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Zechariah (Hebrew prophet) - Wikipedia
Profeta Zacarias


quinta-feira, 2 de julho de 2020

Quinta-Feira da 13ª Semana do Tempo Comum - 02/07

Am 7,10-17, Sl 18, Mt 9,1-8 

 Consistência e perseverança não são o meu forte. Estou a dias sem meditar a palavra do Senhor. Passei tantos dias a planejar e planejar meu futuro, a buscar um sentido pra minha profissão, ou seja, para a pesquisa em física, e simplesmente desanimei, deixei de perseverar na meditação da Palavra de Deus, deixei de perseverar no estudo da doutrina do Doutor Angélico, que coloca ordem na mente, enfim, desisti de ir a missa, porque me cansei de acordar cedo e sair no frio para não poder comungar, enfim, desisti de muita coisa, dei um "halt" na minha vida cotidiana, e agora coloco tudo em questão para poder construir uma vida conforme ao Senhor.

 Nessa liturgia de hoje, Amós ensina a não ter respeito humano, e anunciar aquilo que Deus espera de nós. O que devemos anunciar? Que Jesus Cristo, que se dá a conhecer pela Sua Igreja, Jesus, que é o Deus encarnado, é a única esperança que o homem pode ter. Esse anuncio, essa "apostolado", não se faz com forças humanas: é o próprio Deus que tem que agir por meio de nós, sendo nós continuamente purificados por Ele, a fim de que sejamos uma ferramenta mais perfeita, menos resistente aos desígnios de Deus. Estou lendo o livro chamado "A Alma de Todo Apostolado", e a mensagem principal, até onde entendi, é de que ninguém é apóstolo sem ter profunda vida interior. É um livro "anti-ativismo cego"! E pra quem eu devo pregar o Evangelho? Como devo fazer isso? São Josemaria Escrivá, na esteira de Ortega y Gasset, vem explicar que é onde "estamos". Deus, em sua infinita misericórdia, me jogou no meio dos físicos como uma ovelha em meio aos lobos. Claro, não sou ovelha, nem tampouco os físicos são lobos, mas a verdade é que é um meio onde o materialismo filosófico é a "filosofia oficial", por assim dizer. Os físicos estão presos em uma heresia muitíssimo peculiar, que é a heresia na qual caem, normalmente, todos aqueles que tem uma mente com aptidão para as ciências naturais e a matemática. Será que não é por isso que Deus me jogou ali ? Não é uma baita missão, ser uma voz que "clama do deserto" de Deus que é o meio da física? Claro que não sou o único, mas não é incomum que jovens percam a fé literalmente por falta de referências! Se uma alma puder ser salva por existir naquele local um físico que vive sua fé católica, não do um modo fideísta, mas coerente com a razão e fiel em tudo na fé de sempre, então já terá valido a pena! Eu nunca posso me esquecer disso.

 Isso vale também pros outros âmbitos, não só pro profissional. Devo evangelizar meus filhos, minha esposa, meus familiares. Devo pregar o Evangelho com palavras, mas principalmente com ações, ações que se fundem na caridade, o amor que vem de Deus e que se espalha dentre os homens pelo dom de cada um que foi tocado por Ele. Ajuda-me, então, Senhor, a apostar todas as minhas fichas nessa missão que eu pareço ter visto. A filosofia está aí ainda, a vida intelectual está aí ainda, a vida de oração continua se fazendo presente, mas agora me foi mostrado como exatamente eu viverei isso nessa vida na qual estou inserido agora e na qual me inserirei se eu continuar em frente! É isso. Peço perdão pelos meus pecados, meu Deus, e vos peço a graça de que Vós me façais, ainda que seja a pauladas, digno de tão pequena-grande missão, pequena porque não é nada perto da missão de alguns, grande porque, sem a Vossa graça, é impossível que eu a coloque em prática. Louvado Seja o Vosso Santo nome para sempre.

Lágrimas por Tua Causa: O Profeta Amós e os pobres

Batismo do Senhor - 09/01/2022

Is 42,1-4,6-7 Sl 28: " Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo" At 10, 34-38 Lc 3, 15-16,21-22 Começamos com uma leitura do pr...