Os 8,4-7.11-13, Sl 113B, Mt 9,32-38
"Jesus olhou as multidões, e percebeu que estavam cansados e abatidos, como ovelhas que não tem pastor". Esse é o trecho que me chama a atenção na liturgia de hoje, porque deixa claro que o ser humano, sem Deus, se encontra triste, se encontra sem rumo, vive e sofre, mas não sabe porque sofre, vive, mas não sabe porque vive, inventando sentidos e objetivos que não se sustentam perante um exame objetivo, pois todo objetivo terreno que não faça referência a um sentido transcendente é, no frigir dos ovos, uma mentira reconfortante que foi inventada para que essa vida absurda continue podendo ser vivida. Mas Deus, que veio na carne em Jesus Cristo, que poderia se revelar a todos os homens como que por ciência infusa, quis precisar de nós, cristãos, católicos, para concretizar sua obra. "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos". As pessoas precisam conhecer Jesus Cristo. É por isso que, dadas as circunstâncias de cada um, no contexto de vida de cada um, no estado de vida de cada um, devemos pregar o Evangelho, com palavras, com amor, com nossa vida. Devemos ir e estender a mão em direção ao necessitado, pois é nessa misericórdia, nesse "coração que se inclina à miséria", que damos testemunho de que nossa fé não é fachada, não é uma fé burguesa, preocupada apenas com a própria satisfação egoística. Acima disso, percebemos o grande papel do clero, dos padres, dos bispos, do Santo Padre. Eles é que são, por excelência, os 'pastores' dessas ovelhas que se encontram cansadas e abatidas, correndo para lá e para cá sem rumo. Existem bons pastores, que, mesmo com seus erros, amam a Jesus Cristo e o revelam aos fiéis, ensinando com clareza que apenas colocando a vida diante Dele é que se pode obter verdadeira felicidade e salvação eterna. Existem, infelizmente em grande quantidade, maus pastores. Maus pastores sempre houveram: Judas Iscariotes era um dos doze, e traiu a Cristo com um beijo. Entretanto, hoje eles são maioria. Algo na própria Igreja amarra seus membros docentes, de modo que a burocracia e o respeito humano sufocaram, como erva daninha, a capacidade deles ensinarem. Rezemos, então, pela Santa Igreja e pelo clero. Que essa crise possa ser superada e que a fé reta possa ser ensinada por cada prelado. Que a heresia e o erro sejam perseguidos, não o zelo que remeta a tradicionalismo. Que cada padre possa se santificar por meio de seu ministério, e que os bispos percebam a grandeza de sua vocação e o chamado que Deus coloca a eles. Sem o clero, não temos a confissão, não podemos viver o Calvário, não podemos receber o próprio Cristo. Mas antes de tudo isso, vem a fé. O fruto de tudo isso é a caridade exercida. Que o Senhor mande operários para a messe, pois o trabalho é muito, e os operários são poucos. Rezemos pelos nossos bispos e nos santifiquemos, pois somos um laicato mau e covarde, que não merece clero algum. Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Jesus Cristo, o bom pastor, que dá a vida pelas suas ovelhas
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