sexta-feira, 10 de julho de 2020

14ª Semana do Tempo Comum - Sexta-Feira - 10/07

Os 14,2-10, Sl 50, Mt 10,16-23


 Hoje acordei cedo para fazer minhas orações. Sempre há obstáculos. Se é durante o dia, fico aflito, pensando no trabalho que eu sacrifico sem pestanejar a custo de procrastinações. Se é de noite, sinto sono. Se é agora, de madrugada quase manhã, sinto muito sono, pois ainda não consumi cafeína. Sempre há dificuldades. Mas eu não devo pensar nesse momento de oração como um luxo, como um adicional, como algo que eu faço 'quando dá', quando eu não tenho coisas 'realmente' sérias para cumprir. Novamente, centro minha meditação, em primeiro lugar, no que li ontem a noite no "A Alma de Todo Apostolado". O homem cuja vida é frutuosa, cujo bem realmente se propaga, cujas obras realmente transparecem a luz de Cristo, é um homem contemplativo que é "forçado", pelo seu dever de estado, a agir, e o faz com alegria, pois cumpre a vontade de Deus, embora desejando mais ainda ter "tempo" para se colocar de joelhos e rezar. Eu busco rezar, mas o contato convosco, Senhor, fonte do meu ser, redentor de minha alma, princípio e fim de minha existência, não me chama a atenção, não me agrada! Como sou insensato! É mais fácil ficar a toa do que se esforçar nas coisas do espírito! O mesmo livro diz que a atividade "laboral" mais cansativa é a oração, que é mais que o estudo, que é mais que o trabalho braçal. Realmente parece ser verdade: rezar é árido, é cansativo, e se corre o risco de ficar repetindo palavras a esmo ou se perder na contemplação de qualquer coisa, pois qualquer coisa parece mais palpável do que o Deus invisível. Mas Senhor, sei também que isso é tentação do Diabo e da carne, e que sem rezar, eu jamais serei santo, eu jamais levarei a cabo obras boas, eu jamais farei Tua vontade de modo pleno. "Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos": Vós me enviaste como católico no meio do mar de ateus, racionalistas e progressistas, me enviaste como católico no meio dos físicos. Realmente levarei a cabo a tarefa de ajudar uma pessoa que seja se eu não colocar meus joelhos no chão e beber da fonte que és Tu? Vós me enviaste para cuidar de uma esposa e de um bebê (por enquanto). Acaso conseguirei refletir a Vossa luz na vida dessas duas filhas de Deus se eu não contemplar essa mesma luz, se sobre mim não incidir essa mesma luz que quero, que devo refletir? E isso se estende a absolutamente qualquer atividade que é colocada diante de mim. São deveres, sim, eu devo faze-los, o trabalho se apresenta como missão, o cuidado da família se apresenta como missão, o trato exterior (nem tanto agora em tempos de pandemia...) se apresenta como missão. Mas a contemplação vem primeiro, e não vem orientada para melhor trabalhar exteriormente,  embora isso acontece, é o contrário, o trabalho exterior vem para frutificar no trato exterior aquilo que é Ele mesmo o fim, o pois o trato com Deus é superior ao trato com as criaturas. Na oração, buscamos contemplar um pedacinho do céu, na comunhão (oh!), realmente o fazemos. 

 Meu Deus, ajuda-me a me dependurar sempre na Tua palavra. Ajuda-me a sempre voltar meu coração a Vós, vendo-Vos como princípio primeiro, fim último e amor de minha vida. Se tudo eu fizer por amor a Vós, unido a Vós, com a Vossa graça, tudo será levado a bom termo, tudo será ocasião de santificação. E o sucesso nessas mesmas coisas, deixo a Vosso critério, pois minha missão é fazer, não garantir o sucesso.

 Não deixeis que eu me afaste de Vós, não deixeis que eu me perca em redes sociais, não deixeis que eu me embruteça com as dificuldades do trabalho. Ajuda-me a ter um coração centrado em Vós. Ajuda-me, Senhor, a ter constância na oração. Eu nem sequer sei mais rezar. Misericórdia, ó Senhor, por tua bondade!


 Wolf Sheep Stock Pictures, Royalty-free Photos & Images
"como ovelhas em meio aos lobos"

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