domingo, 22 de novembro de 2020

34º Domingo do Tempo Comum - Jesus Cristo, Rei do Universo - 22/11

Ez 34,11-12.15-17, Sl 22, 1Cor 15,20-26.28, Mt 25,31-46

Hoje é festa de Jesus Cristo, Rei do Universo, repaginação da antiga festa de Cristo Rei do calendário tradicional. Evidente: todo homem está obrigado moralmente a adorar o Deus verdadeiro na pessoa de Jesus Cristo, e o reinado social de Nosso Senhor é sim uma meta a se buscar, mas não parece existir qualquer chance disto acontecer num futuro próximo. Essa meta, entretanto, não é um fim em si, mas tem como fim facilitar o reinado de Jesus no coração de todos os homens. Óbvio que sempre haverão aqueles que O negarão, isso na melhor das sociedades, mas um mundo tal como nosso, império de Anticristo, evidentemente faz com que muitos mais homens se percam, porque aquilo que pareceria evidente se torna obscuro. Não vemos tanta coisa errada, tantos falsos valores, tanto mal se passando por bem, no mundo atual? 
O Reinado Social só se pode dar numa sociedade católica, evangelizada e que saiba que essa é a meta. Nossa sociedade não é evangelizada, não conhece Cristo, não sabe quem Ele é, o que Ele nos veio dizer e o que Ele espera de resposta de nossa parte. Estamos em um mundo pós-cristão, pior ainda que o mundo pagão, pois lá, ao menos, o Cristianismo trazia o frescor de uma novidade. Era uma boa nova, não uma "boa velha". 
Entretanto, aquele mundo pagão foi evangelizado. Como? Pelo testemunho de fé dos primeiros cristãos, que abandonaram tudo, absolutamente tudo, para pregar a Jesus Cristo e deixar-se transformar por Ele. Não há santos tão santos quanto os da era apostólica, exceto os maiores santos da Igreja, justamente porque, para que o catolicismo se expandisse, muita santidade era necessária. Deus derramou graças especiais sobre aqueles primeiros discípulos de Cristo. Acho que, se desejamos que o mundo volte a prestar culto a Cristo como único Senhor, como Rei do Universo, é preciso que nos santifiquemos. Nossa época é marcada pela frouxidão e pela tibieza de nós, católicos. Vemos a vida de um São Paulo, e pensamos: "ah, isso não é pra nós, somos leigos, somos casados...". Vemos o chamado a uma vivência extraordinária do casamento, buscando agradar a Deus em cada instante desta vida oculta, no trabalho diário, no trato com os familiares, no trato com as pessoas, e não nos preocupamos com isso, pois parece-nos muito pouco. Dixit Jesus: quem for fiel no pouco, muito lhe será confiado. Algo assim. É óbvio que não dá pra trocarmos de vida, deixando pessoas na mão, pra viver um sonho de missionariedade, até porque seria um fracasso, pois quem não consegue viver santamente numa vida comum e cotidiana, não tem Cristo algum pra levar pros outros num contexto de missão. Mas quem é que vai levar o catolicismo às pessoas, se não houverem missionários? Nós mesmos, no contexto onde estamos inseridos? Talvez seja, talvez não, mas o primeiro passo é amarmos a Deus sobre todas as coisas, vivendo santamente o que nos cabe, negando-nos a nós mesmos e ouvindo a voz do pastor que chama pelas suas ovelhas e cuida delas, separando-as dos cabritos insolentes. 

Ser santo é festejar a majestade de Deus sobre nós. Antes do reinado social, é preciso que Cristo reino sobre nós, para que levemos essa verdade vital a todos os homens. Uma nação verdadeiramente evangelizada entronizará Jesus como Rei. Podemos, no máximo, rezar e viver de modo agradável à Ele: o resto está pra além de nossas capacidades. Tudo é perpassado pelo plano da providência. Pode ser que Ele nunca mais reine sobre este mundo aqui, mas no final dos tempos, quando soarem as trombetas e as forças da natureza entrarem em colapso, daí certamente Ele virá, submetendo tudo sobre seu reinado, e mandando "matar na frente dele" àqueles que não desejaram que Ele reinasse sobre seus corações. Que tenhamos coragem de fazer a nossa parte, para a Glória de Deus, para a salvação dos homens, levando a Verdade até todos os "pobres" que precisam dela (todos os homens!). Seremos, então, encontrados entre o número das ovelhas para as quais Jesus diz: "vinde, benditos de meu Pai".

 Que nesse Cristo Rei, eu possa permitir que o Senhor reine em meu coração, pela intercessão da augusta rainha dos Céus, Santíssima Virgem Maria. Se Ele reina, tudo é visto a luz da eternidade. E é apenas esta luz que pode nos fazer enxergar as coisas tais como elas de fato são, e o que devemos fazer de nós mesmos, com o auxílio da graça, para chegar até nosso fim último, ver Deus face a face. Que não sejamos tíbios, seguindo em frente com coragem. 
Viva Cristo Rei


Cristo Rei


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