Ap 10, 8-11, Sl 118, Lc 19,45-48
A palavra de Deus é doce na boca, mas amarga no estômago. A mensagem da leitura do Apocalipse lida hoje expressa que Cristo trás de fato uma mensagem de boa nova, de esperança, de sentido, mas que essa mensagem, à qual devemos aderir de corpo e alma, exige de nós renúncias e sofrimentos. Ela é doce na recepção e amarga na vivência. Essa amargura vem da nossa fragilidade humana, que deseja aceitação e gozos terrenos. O Evangelho fala de Jesus expulsando os vendilhões do templo. Óbvio, Cristo não "viveu" o Evangelho, Ele É o Evangelho propriamente dito, o Evangelho anuncia a si mesmo como Deus, nas suas intenções mais profundas de salvação da humanidade, mas Ele é o modelo perfeito do que significa viver o Evangelho, do como devemos viver. E Ele, sem qualquer respeito humano, sem qualquer desejo de aceitação, age com santa ira para com aqueles que transformavam o Templo, onde habitava Deus, num "mercado de peixes", por assim dizer.
E nós... quantas vezes nos calamos diante da injustiça? Quantas vezes deixamos de aconselhar para não ofender? Quantas vezes mitigamos a verdade para que ela seja mais aceita, mesmo que assim ela perca as forças? Quantas vezes nos envergonhamos, emasculadamente, da cruz de Cristo?
Com o perdão da vulgaridade, cerveja amarga e café sem açúcar são coisas de homem. Banho gelado é coisa de quem não busca prazer nem aceitação. Sendo homem ou mulher, o Evangelho exige firmeza de caráter. Ora, alguns tem mais facilidade com isso, outros menos, mas a Graça do Senhor está aí pra quem se humilha diante Dele, dizendo "Senhor, não sou capaz". Dai-nos, Senhor, vontade reta e coragem de agir com verdade e caridade, de acordo com que a situação nos exige. Cristo é o Rei, comemoraremos isso no domingo próximo. Que Ele reine em nossa vida, e percebamos, no fundinho desse amargor dos sofrimentos, a enorme vitalidade da Vida Sobrenatural que se desenvolve em que O serve com coragem. Que pela intercessão da Rainha dos céus, possamos obter o perdão de Deus e a força, vinda Dele, para fazermos sempre o bem e evitarmos sempre o mal.
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