Ap 15,1-4, Sl 97, Lc 21,12-19
"Não prepareis a vossa defesa, pois o Senhor Vos dará palavras acertadas". Em continuidade com a maravilhosa homilia n.1640 do Padre Paulo Ricardo, meditamos no fato de que Deus nos dá a Sua graça no hoje. Quantas vezes não temos a tendência de sofrer por antecipação? "Ah, como é que eu vou reagir perante situação x que pode acontecer em tal momento?". Ora, é evidente que não seremos aceitos pela maioria das pessoas se vivermos e pregarmos o Evangelho com palavras e com a vida. A maioria das pessoas não tem "boa vontade", pois a boa vontade exige o negar a si mesmo, exige se humilhar e colocar diante da Verdade que se impõe. Ora, até eu, que busco (talvez com fraqueza de vontade, mas busco) viver uma vida reta, muitas vezes me percebo ficando ofendido com alguma verdade moral evidente que irá exigir uma mudança de vida! Deste modo, não seremos aceitos. Mas Deus diz que nos dará "palavras acertadas". Isso significa que Ele sempre dará a graça para que enfrentemos a situação de agora, a situação presente. Se minha situação é arranjar força de vontade para trabalhar bem, pro bem da família e oferecendo o sacrifício por aqueles que precisam, é pra isso que Deus me dará a graça. Toda fuga da situação concreta presente, numa busca desordenada do "o que eu vou fazer?", leva a um embotamento e a um ignorar da graça "atual", não no sentido teológico, mas no sentido de "graça dada no aqui e no agora". É no hoje que poderemos ser santos, pois o hoje é a única coisa que nos pertence. O passado já não pode ser mudado, e o futuro ainda não está no nosso alcance.
Neste dia de hoje, ajudai-me, Senhor, a ouvir a Vossa voz, que sussurra na nossa consciência. A abraçar a tua Graça, que nos ajuda a cumprir o que devemos cumprir, para que nos tornemos menos imperfeitos diante de Vossos olhos. Acaba o tempo litúrgico, e devemos nos lembrar que tudo passa. Mas não passa jamais aquilo que fizemos em Deus, não passa jamais a nossa amizade com Cristo, que se concretiza no fazer por Ele e nEle tudo aquilo que cabe a nós. Que pela intercessão da Virgem, refúgio dos pecadores, possamos desconfiar de nós e confiar em Deus, aproveitando a graça que Ele dá a todos aqueles que Lho pedem.
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