quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Quarta-Feira da 33ª Semana do Tempo Comum - 18/11

Ap 4,1-11, Sl 150, Lc 19,11-28

O texto lido hoje é o da parábola do homem que vai ser coroado rei e que deixa seus empregados cuidando de algumas moedas, esperando que eles a multipliquem. Há, no reino sobre o qual este homem reinará, muito homens que não desejam que ele reine. Ele foi coroado, premiou aqueles que multiplicaram o dinheiro, puniu aquele que não multiplicou, e "matou na frente dele" àqueles que não desejavam que ele reinasse.

O que essa parábola quer dizer? Quando fomos batizados, recebemos uma nova vida, uma vida sobrenatural, que vale mais do que tudo quanto Deus fez no universo. É uma vida superior até mesmo à vida natural dos anjos (sem a graça). É como uma sementinha, que tem que ser regada e adubada para gerar um grande pé de mostarda. Esta sementinha é como o contrato que temos com Deus, de sermos "empregados" Dele. As moedas que Ele nos dá são os dons que temos, é a graça que Deus nos dá para que, dentro de nosso estado de vida, frutifiquemos. Se nos faltar generosidade, se vivermos uma piedade rasa e superficial, não estaremos "frutificando" estes dons, e Deus nos vomitará, pois não somos quentes nem frios. Aqueles que foram mortos diante de Deus são aqueles que o negaram. São aqueles que desprezaram a Deus, que nem sequer tentaram servi-Lo aqui nessa vida. Essas pessoas podem aproveitar essa vida aqui, mas qualquer possível alegria, já amarga nesta vida, será transformada em tristeza eterna no fim. Quem frutificou o dinheiro, entretanto, este reinará junto com o Rei pelos séculos dos séculos, dizendo "Santo, Santo, Santo, Senhor Deus  onipotente" e contemplando Àquele que preenche nosso coração.

O que isso me diz, particularmente? Que Cristo deixa muito claro o peso existencial da vida humana. Ou vivermos para Ele com generosidade, ou jogamos nossa vida fora. Fomos feitos por Deus para servi-Lo, pois isso nos faz bem, nos realiza. Eu tenho dons. Será que estou frutificando estes dons? O dom de ser bom de conta, o dom da boa memória, o dom da capacidade de ter vida intelectual profunda? Sou pai e marido. Será que estou cuidando de minha esposa e de minha filha? Será que estou sendo virtuoso no trabalho e no lar? 

Peço-Vos, Senhor, a graça de frutificar estes dons que me destes. Sou Vosso escravo, fui batizado, quero verdadeiramente viver minha vida para Vós. Mas muitas vezes sou tíbio. Reacende em mim o fogo, dai-me alegria, dai-me amor ao serviço, amor pela física, amor ao próximo. Ajuda-me a olhar para Vós, ó Jesus, e ver em Vós o modelo, não em pessoas humanas que possuem bem e mal misturados, o que nos leva a ficar tíbios no ataque ao mal que existe em nós. Me proponho a Vos servir, ó Senhor, mas tende misericórdia de mim, pois sou falho e pecador.

Que, com a Virgem humilíssima, que reina sobre todos os bem-aventurados, eu possa caminhar pelos Vossos caminhos, ó Jesus. Louvado seja o Vosso Santo nome pelos séculos dos séculos.



Parábola das moedas de prata








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