At 2,14.22-33, Sl 15 , 1Pd 1,17-21 , Lc 24,13-35
A segunda leitura e o Salmo falam de coisas semelhantes. O Salmo é o Salmo de Davi que diz que "seu amigo não conhecerá a corrupção". A segunda leitura, da carta de São Pedro, também fala de Cristo como cordeiro sem mancha que se entrega por nós e é ressuscitado, ressurreição essa que é testemunho da parte de Deus mesmo que tudo quanto Cristo disse é verdade e que Ele de fato é Filho de Deus, conatural ao Pai, dos Quais procede o Espírito Santo, Amor Eterno entre o Pai gerador e o Filho gerado.
O Evangelho é o dos discípulos de Emaús. "Como ardia nosso coração quando ele estava conosco". Essa é a passagem favorita da minha esposa, e eu entendo o porquê: como aquece o coração a esperança dada por Cristo, a luz que Sua Palavra joga em nossas mentes! Como aquece nosso coração pensar em receber o Cristo Sacramentado, que se faz pão por amor a nós, para que, estando com Ele, possamos "aquecer nossos corações" de modo a abandonar essa preguiça que faz com que desanimemos do bem!
Os discípulos de Emaús voltavam de Jerusalém entristecidos. Aquele em quem confiavam a libertação foi morto e sepultado. Acabaram-se as esperanças, e o testemunho das mulheres, para eles, não havia sido suficiente. Cristo, então, se colocando ao lado deles, diz que eles "são sem inteligência e lentos para crer". No original grego, segundo Padre Paulo, se diz "lentos de coração". Se trata aqui de duas das quatro feridas que o pecado deixou em nós, que nos torna desordenados. São as feridas na inteligência (quem peca ou se agita com muitas coisas, fugindo daquilo que deve ser feito, que é o bem pois é vontade de Deus para nós, se torna burro, desconcentrado, grosseiro, sem capacidade de fazer as retas distinções) e na vontade (que se torna arredia a inteligência ainda que essa saiba o que é o bem, preferindo obedecer aos apetites sensíveis). Cristo, aquecendo o coração deles e iluminando suas mentes, mostra que a Palavra de Deus é antídoto pra tudo isso. Quando nos colocamos diante de Deus com docilidade, a escuta da Verdade, meditando e buscando viver isso em nossa vida, a Graça age (de graça!) em nós e nos purifica, iluminando a nossa inteligência e convidando a nossa vontade. A Palavra de Deus é alimento diário, é a meditação no mistério mesmo de Cristo, do Deus que por amor vem ao mundo pra nos salvar. Ao fim da explicação, Cristo vai com eles para o povoado e parte o pão na frente deles. Esse é o gesto próprio do Cristo, o partir o pão. Ele, fazendo isso, abre os olhos dos discípulos, que finalmente reconhecem que quem está com eles é Aquele que É, e desaparece. Fica o pão partido, que é o "Seu Corpo, que será entregue por vós". A Palavra nos conduz a Eucaristia, onde podemos, com a inteligência iluminada e a vontade convidada, receber o próprio Cristo em nosso coração. A Eucaristia alimenta, fortalece a vontade, purifica a inteligência fazendo com que a Palavra nos conforme mais ainda a Cristo, enfim, nos coloca numa união íntima com Cristo, a mesma união dos grandes santos.
Depois desse maná sagrado, que alimenta não o corpo, mas a alma, conduzindo-nos a Vida Eterna, os discípulos de Emáus diligentemente vão a Jerusalém para anunciar que haviam visto o Senhor. É o terceiro passo: a escuta da Palavra nos conduz a intimidade com Cristo, que, por sua vez, nos impele a pregação da esperança no Deus vivo que em nós fez maravilhas. Acabou-se o desânimo, foi-se a preguiça, e, noite adentro, saíram aqueles dois homens, provavelmente subindo ladeiras e enfrentando perigos para anunciar o quanto antes aquilo que lhes fora relevado. Cristo vive, Cristo vence!
Nós, sem a Eucaristia por enquanto (talvez seja, quem sabe, hora de procurar saber como posso receber a Eucaristia fora da missa, tendo em vista que o Bispo disse que isso deveria ser feito aos fiéis que desejassem), nos alimentamos com a Palavra, que nos impele ao desejo dessa mesma Eucaristia. Esse desejo profundo, embora inferior a receber a Eucaristia mesma, é salutar e também nos alimenta. Sem esse alimento, sem essa transformação, sem essa 'metanoia', é impossível que haja qualquer êxito no nosso testemunho de fé. Esse testemunho é testemunho de vida e de palavra, não de uma vida ordenada meramente humana, mas de Vida Divina em nós, coisa que não podemos fazer com nossas próprias forças. Exige docilidade. E a palavra que devemos proclamar não é nossa, mas precisa estar enraizada na Palavra que é o próprio Cristo, Verbo Eterno que sustenta tudo que existe, Alpha e Ômega, Caminho, Verdade e Vida. Que, meditando na sua Palavra, conheçamos o Caminho, para que, buscando estar intimamente ligados à Verdade em Pessoa, que ilumina a inteligência, convida a vontade, possamos viver uma Vida divina e anuncia-la a todos, por atitudes e ensinamentos, vivendo com amor amor e com santidade.
Os discípulos de Emaús voltavam de Jerusalém entristecidos. Aquele em quem confiavam a libertação foi morto e sepultado. Acabaram-se as esperanças, e o testemunho das mulheres, para eles, não havia sido suficiente. Cristo, então, se colocando ao lado deles, diz que eles "são sem inteligência e lentos para crer". No original grego, segundo Padre Paulo, se diz "lentos de coração". Se trata aqui de duas das quatro feridas que o pecado deixou em nós, que nos torna desordenados. São as feridas na inteligência (quem peca ou se agita com muitas coisas, fugindo daquilo que deve ser feito, que é o bem pois é vontade de Deus para nós, se torna burro, desconcentrado, grosseiro, sem capacidade de fazer as retas distinções) e na vontade (que se torna arredia a inteligência ainda que essa saiba o que é o bem, preferindo obedecer aos apetites sensíveis). Cristo, aquecendo o coração deles e iluminando suas mentes, mostra que a Palavra de Deus é antídoto pra tudo isso. Quando nos colocamos diante de Deus com docilidade, a escuta da Verdade, meditando e buscando viver isso em nossa vida, a Graça age (de graça!) em nós e nos purifica, iluminando a nossa inteligência e convidando a nossa vontade. A Palavra de Deus é alimento diário, é a meditação no mistério mesmo de Cristo, do Deus que por amor vem ao mundo pra nos salvar. Ao fim da explicação, Cristo vai com eles para o povoado e parte o pão na frente deles. Esse é o gesto próprio do Cristo, o partir o pão. Ele, fazendo isso, abre os olhos dos discípulos, que finalmente reconhecem que quem está com eles é Aquele que É, e desaparece. Fica o pão partido, que é o "Seu Corpo, que será entregue por vós". A Palavra nos conduz a Eucaristia, onde podemos, com a inteligência iluminada e a vontade convidada, receber o próprio Cristo em nosso coração. A Eucaristia alimenta, fortalece a vontade, purifica a inteligência fazendo com que a Palavra nos conforme mais ainda a Cristo, enfim, nos coloca numa união íntima com Cristo, a mesma união dos grandes santos.
Depois desse maná sagrado, que alimenta não o corpo, mas a alma, conduzindo-nos a Vida Eterna, os discípulos de Emáus diligentemente vão a Jerusalém para anunciar que haviam visto o Senhor. É o terceiro passo: a escuta da Palavra nos conduz a intimidade com Cristo, que, por sua vez, nos impele a pregação da esperança no Deus vivo que em nós fez maravilhas. Acabou-se o desânimo, foi-se a preguiça, e, noite adentro, saíram aqueles dois homens, provavelmente subindo ladeiras e enfrentando perigos para anunciar o quanto antes aquilo que lhes fora relevado. Cristo vive, Cristo vence!
Nós, sem a Eucaristia por enquanto (talvez seja, quem sabe, hora de procurar saber como posso receber a Eucaristia fora da missa, tendo em vista que o Bispo disse que isso deveria ser feito aos fiéis que desejassem), nos alimentamos com a Palavra, que nos impele ao desejo dessa mesma Eucaristia. Esse desejo profundo, embora inferior a receber a Eucaristia mesma, é salutar e também nos alimenta. Sem esse alimento, sem essa transformação, sem essa 'metanoia', é impossível que haja qualquer êxito no nosso testemunho de fé. Esse testemunho é testemunho de vida e de palavra, não de uma vida ordenada meramente humana, mas de Vida Divina em nós, coisa que não podemos fazer com nossas próprias forças. Exige docilidade. E a palavra que devemos proclamar não é nossa, mas precisa estar enraizada na Palavra que é o próprio Cristo, Verbo Eterno que sustenta tudo que existe, Alpha e Ômega, Caminho, Verdade e Vida. Que, meditando na sua Palavra, conheçamos o Caminho, para que, buscando estar intimamente ligados à Verdade em Pessoa, que ilumina a inteligência, convida a vontade, possamos viver uma Vida divina e anuncia-la a todos, por atitudes e ensinamentos, vivendo com amor amor e com santidade.
Nessa semana eu buscarei fazer comunhão espiritual todos os dias. A Palavra nos convida a desejar, que desejemos receber o Cristo. Que essa resposta de amor a quem "nos amou por primeiro" me purifique e me leve pra mais perto de Deus. E que, vivendo assim, eu possa dar um testemunho melhor de "vontade ordenada", colocando todos os meus atos a luz do amor de Cristo. Que eu não aja de acordo com meus desejos desordenados, Senhor, mas de acordo com Teu Amor e com Tua Justiça. Ajuda-me a não agir mais reativamente, mas colocar tudo sob a Vossa Luz para que nada de mau seja feito por mim.
Enfim, essa é a minha meditação de domingo. Que o Senhor Jesus Cristo seja louvado pelos séculos dos séculos. Amém.
Discípulos de Emaús e Jesus Cristo
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