At 4,1-12 , Sl 117,1-27a , Jo 21,1-14
Estamos já no tempo pascal. Como é de costume nesse tempo, a leitura do Antigo Testamento dá lugar os Atos dos Apóstolos. A antiga aliança se cumpre perfeitamente em Cristo, que, morrendo na cruz e ressuscitando, sela com seu próprio sangue a nova aliança, o sangue que é chamado "sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por muitos para a remissão dos pecados". O próprio Deus encarnado continua atuante por meio da vida de seus apóstolos, que, agraciados pela ação do Espírito Santo, põe-se a pregar destemidamente que a salvação está na fé em Jesus Cristo. Aqueles pescadores humildes, aqueles galileus sem dinheiro nem instrução, saíam por aí a ensinar, a pregar um Deus crucificado. É evidente que eles falavam bem, é evidente que brilha aquele que fala inspirado pelo Espírito Santo, mas é também muito fácil compreender o porque muitos desdenhavam deles. Nem sequer paravam para ouvi-los, pois suas mentes estavam presas em uma petição de princípio, que negava a possibilidade de qualquer mérito daqueles homens já antes de ouvi-los. E era diferente com Cristo? Acaso o servo é maior que seu Senhor? E por acaso será diferente também conosco? O talento humano, a posição, a inteligência, tudo isso dá mais peso pra aquilo que um homem diz de modo que a sua opinião será normalmente levada a sério, mas quando esse mesmo homem prega aquela que é a verdade eterna de Deus, então é como se, inconscientemente, surgisse na mente do ouvinte uma permissão para tomar como mera excentricidade aquilo que é dito.
E no Evangelho, Cristo aparece para os apóstolos pela terceira vez. Eles se põem a pescar, fracassando. Um homem misterioso vem, e seguindo seu conselho, são pegos tantos peixes que a rede se torna quase impossível de se puxar. Quem busca se realizar sozinho não "pesca" nada, quem ouve o que Cristo diz pesca peixes abundantes, dá muito fruto, se realiza, se torna aquilo que Deus deseja que ele seja, se torna aquilo que ele nasceu pra ser. E Cristo está aqui. Ele se faz presente (infelizmente não "pessoalmente" no sentido Eucarístico, em virtude dessa pandemia que coloca homens maus como nós apartados dos sacramentos, de modo que, se bobearmos, poderemos acabar nos tornando mais maus ainda) ao nosso lado. Mas na nossa vida por vezes fazemos como os Mestres da Lei e não ouvimos o óbvio, não ouvimos aquilo que sabemos. Sabemos que devemos rezar, mas não rezamos, preferimos fazer qualquer outra coisa que seja. Sabemos que a procrastinação e a dissipação, encarnada no excesso de informações, desordena a mente, a abarrota de coisas inúteis e torna o raciocínio embotado e tortuoso. Sabemos que a oração não deve ser feita com pressa, mas rezamos o terço como quem está com dor de barriga e quer logo ir para o banheiro. Sabemos que precisamos silenciar e olhar pra nossa própria miséria, mas preferimos esconde-la, preferimos fugir de nós mesmos por meio das 1001 alternativas tecnológicas que nos possibilitam realizar tão ignóbil tarefa.
Porque Senhor, porque insistimos em buscar a realização sem Vós? Porque nos recusamos, acidiosamente, a buscar não só a felicidade, mas nossa Salvação Eterna? Por acaso achamos que já está tudo garantido? Será que achamos que, na hora H, nos arrependeremos? Será que achamos que amar não vale a pena? Ou pior de tudo: será que achamos que já está tudo perdido e que devemos, como nos resta, apenas nos regojizar no cocô ao qual se reduzem todos esse pequenos prazeres vis que hoje o homem busca como fim último de sua existência?
Pela Vossa Paixão e Morte na cruz, Senhor, pela Vossa maravilhosa ressurreição, que mostrou que Vós sois a luz do mundo e o sentido da vida, não deixei que eu desanime! Reveste-me de novo ânimo, mata-me e ajuda-me a ressuscitar convosco! Ajuda-me a romper de modo radical com toda essa rotina de vício, com essa maldita auto-indulgência que tanto mal me faz, de modo que eu saia desse conforto burguês maldito e ame de fato, me entregando pelos meus e fazendo, em cada momento, em cada minuto, exatamente aquilo que eu deveria fazer. Sem desculpas, sem explicações, sem concessões. Cada minuto será cobrado. Mas há esperança. Cristo é nossa esperança. Não deixei que eu a perca, Senhor. Renova-me com o Vosso amor! Quero servir-vos, mas sou fraco! Levanta-me! Curai-me! Fazei-me ser o homem que Vós me fizeste para ser!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
E no Evangelho, Cristo aparece para os apóstolos pela terceira vez. Eles se põem a pescar, fracassando. Um homem misterioso vem, e seguindo seu conselho, são pegos tantos peixes que a rede se torna quase impossível de se puxar. Quem busca se realizar sozinho não "pesca" nada, quem ouve o que Cristo diz pesca peixes abundantes, dá muito fruto, se realiza, se torna aquilo que Deus deseja que ele seja, se torna aquilo que ele nasceu pra ser. E Cristo está aqui. Ele se faz presente (infelizmente não "pessoalmente" no sentido Eucarístico, em virtude dessa pandemia que coloca homens maus como nós apartados dos sacramentos, de modo que, se bobearmos, poderemos acabar nos tornando mais maus ainda) ao nosso lado. Mas na nossa vida por vezes fazemos como os Mestres da Lei e não ouvimos o óbvio, não ouvimos aquilo que sabemos. Sabemos que devemos rezar, mas não rezamos, preferimos fazer qualquer outra coisa que seja. Sabemos que a procrastinação e a dissipação, encarnada no excesso de informações, desordena a mente, a abarrota de coisas inúteis e torna o raciocínio embotado e tortuoso. Sabemos que a oração não deve ser feita com pressa, mas rezamos o terço como quem está com dor de barriga e quer logo ir para o banheiro. Sabemos que precisamos silenciar e olhar pra nossa própria miséria, mas preferimos esconde-la, preferimos fugir de nós mesmos por meio das 1001 alternativas tecnológicas que nos possibilitam realizar tão ignóbil tarefa.
Porque Senhor, porque insistimos em buscar a realização sem Vós? Porque nos recusamos, acidiosamente, a buscar não só a felicidade, mas nossa Salvação Eterna? Por acaso achamos que já está tudo garantido? Será que achamos que, na hora H, nos arrependeremos? Será que achamos que amar não vale a pena? Ou pior de tudo: será que achamos que já está tudo perdido e que devemos, como nos resta, apenas nos regojizar no cocô ao qual se reduzem todos esse pequenos prazeres vis que hoje o homem busca como fim último de sua existência?
Pela Vossa Paixão e Morte na cruz, Senhor, pela Vossa maravilhosa ressurreição, que mostrou que Vós sois a luz do mundo e o sentido da vida, não deixei que eu desanime! Reveste-me de novo ânimo, mata-me e ajuda-me a ressuscitar convosco! Ajuda-me a romper de modo radical com toda essa rotina de vício, com essa maldita auto-indulgência que tanto mal me faz, de modo que eu saia desse conforto burguês maldito e ame de fato, me entregando pelos meus e fazendo, em cada momento, em cada minuto, exatamente aquilo que eu deveria fazer. Sem desculpas, sem explicações, sem concessões. Cada minuto será cobrado. Mas há esperança. Cristo é nossa esperança. Não deixei que eu a perca, Senhor. Renova-me com o Vosso amor! Quero servir-vos, mas sou fraco! Levanta-me! Curai-me! Fazei-me ser o homem que Vós me fizeste para ser!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
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