At 6,8-15 , Sl 118,23-30 , Jo 6,22-29
O Evangelho de hoje fala dos homens que saíram a buscar Jesus depois de terem sido saciados por Ele por meio da multiplicação dos pães e peixes. Jesus diz que eles não O buscam pelos motivos corretos, procurando-O porque "foram saciados". A multiplicação dos pães, para eles, era análoga ao maná que caia do céu para os israelitas do deserto, e a figura desse alimento, dessa "subsistência" diária, sintetiza aquilo que eles esperavam de Cristo: o "maná" é símbolo daquele alimento e segurança de cada dia que proporciona uma "vida feliz" e tranquila. Ora, mas com que fim? Cristo diz, não nessa passagem mas em outra, que devemos "buscar primeiro o Reino de Deus e que tudo o mais virá por acréscimo". Desse modo, o "maná" que ele promete a quem buscar primeiro o Reino de Deus é justamente para que, tendo as necessidades humanas satisfeitas, possamos colocar tudo o que somos e "temos" diante Dele. É por isso que Ele repreende aqueles homens, dizendo que eles devem buscar fazer a vontade de Deus, crendo Nele, que se manifesta por meio de Cristo. Todos nossos talentos, toda nossa saúde, todos os nossos bens materiais, tudo deve ser utilizado para que a vontade de Deus se cumpra no mundo, para que o "Reino de Deus" possa começar a frutificar já aqui, nesse mundo. Somos chamados a ser sal da terra e luz do mundo, e, colocando-nos diante de Cristo, devemos buscar julgar tudo de acordo com a reta razão fundada Nele para que tomemos sempre as atitudes corretas. Devemos nos acalmar, silenciar, pensar para agir, e pedir a Deus que nos ajude antes de dizermos qualquer coisa que seja. É um perigo o agir reativo, pois daí Aquele mesmo que é nosso fim último acaba ficando esquecido na motivação pra nossa atitude, que então se funda em impulsos reativos, quase que animais. Devemos, por meio da oração e da ascese, domar esse cavalo que é nosso corpo, nossos impulsos desordenados, e, desse modo, tudo ordenar para a maior Glória de Nosso Senhor. Assim, "donos de nós mesmos", donos por sermos filhos do Dono, podemos livremente colocar tudo o que temos diante de Deus e também entregar-nos a nós mesmos para o bem dos irmãos, o que é justamente o amor ao próximo. Isso não é humano, nós tomamos iniciativa, mas Deus age em nós e nos santifica. Cremos nisso? Cremos nisso verdadeiramente? Se não cremos, devemos crer. Que, como Santo Estevão, possamos dar testemunho de Cristo, sem medo, sem respeito humano, de modo que a nossa vida se assemelhe tanto com a de Nosso Senhor que todo homem de boa vontade que ainda não conhece a Cristo possa vê-Lo em nós de modo que assim, veja uma luz para sua vida.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Cristo e o Tiberíades
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