sábado, 18 de abril de 2020

Oitava de Páscoa - Sábado - 18/04/2020

At 4, 13-21 ; Sl 117, 1-21 ; Mc 16, 9-15

Tanto a primeira leitura quanto o Evangelho falam de situações que tem em comum uma coisa: a ausência de fé diante das evidências. Na primeira leitura, vemos que os sacerdotes, os anciãos e os escribas, apesar de terem visto o milagre feito em nome de Cristo pelos apóstolos, buscaram não entende-los, não ouvi-los, não analisar o que eles diziam, mas sim cala-los e ameaça-los para que aquela, na visão deles, "seita", não crescesse mais. No Evangelho, Cristo repreende os apóstolos por eles não terem crido naqueles que O haviam visto ressuscitado. A grande diferença é que os apóstolos, vendo, creram, enquanto os mestres da lei, ao verem (o milagre), buscaram cala-lo, de modo que ele não "gritasse" mais ainda que Jesus é O salvador.

Trazendo pra minha realidade: eu não tenho qualquer dúvida de que Cristo é o salvador e ressuscitou. Eu não duvido que a Santa Igreja é "coluna e sustentáculo da verdade", deixada pelo próprio Cristo pra ser "luz das nações", pra revelar a face de Cristo pra'aqueles que não puderam olhar seu rosto pessoalmente, de modo a ensinar a nós tudo aquilo quanto Ele nos deixou. Uma das coisas que a Igreja ensina é de que "o marido é a cabeça da esposa, assim como Cristo é a cabeça da Igreja". Isso dá ao mesmo tempo um poder e uma responsabilidade ao marido: é dever dele reger o lar, a família, em direção ao bem comum. Não é com fins despóticos que o homem governa o lar: esse governo, assim como o governo das nações, deve estar ordenado a salvação eterna dos membros da família e, de modo menor, à salvação eterna de todos aqueles que podem ser chamados de "próximos". Mas, por falta de confiança, por uma certa vontade de se abster da autoridade, vista como um "privilégio", eu ultimamente venho negando essa função mesma que define o ser do marido, do pai, do homem. Eu, apesar de ver que algo é bom, busco mais agradar momentaneamente a família do que tomar decisões mais duras, porém mais conformes aquilo que é o certo. Pior, por vezes eu simplesmente me abstenho que tomar qualquer decisão, deixando-a nas mãos de minha esposa! Onde está a liderança, onde está o cumprimento da vocação mesma que me foi delegada diante de Deus no sacramento do matrimônio? A Igreja ensina isso, eu sei isso, e não faço. Nesse ponto, não é que eu precise "ver pra crer". Não é que eu queira abafar a verdade, de modo que minha palavra de torne uma "falsa verdade", como gostaria de fazer Eva, tomando conhecimento "do bem e do mal". É uma terceira situação: eu vejo a verdade, mas por fraqueza, por tibieza, ou pior, por falta de senso de que aquilo de fato é importante e fundamental, eu não vivo suas consequências na minha vida.

Peço-vos então Senhor que me livre dessa tibieza. Fazei-me abraçar a vocação mesma que é o meio ordinário pelo qual me santificarei (além de, é claro, pela vida intelectual, pela oração, pelo trabalho escrupulosamente cumprido, etc). Que eu possa ser um verdadeiro chefe do lar, de modo que todos possam crescer perante essa minha autoridade protetora, que dá segurança e que conduz ao bem de todos. Que eu possa ser uma rocha firme pra minha família. E que eu possa ter-Vos, Senhor, como rocha firme, alicerce sobre o qual eu construo a minha vida.

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