At 22,30; 23,6-11, Sl 15, Jo 17,20-26
Ontem fiquei muito tocado diante da situação de alguns irmãos na fé. Um homem recém-enviuvado, com diversos filhos e sem com quem deixa-los para trabalhar: eis uma situação que vai de encontro a minha confortável vida burguesa. É, num primeiro momento, clamoroso: por acaso aquele homem pecou mais do que eu para merecer passar por tudo isso? E daí, olhando para minha própria vida, é fácil perceber que não. Nossos sofrimentos e nossas dificuldades nessa vida não são proporcionais aos nossos erros e pecados, e, de modo complementar, nosso "bem-viver" no sentido material não é proporcional a nossa virtude. No sofrimento, somos convidados a nos unir a Cruz de Cristo, e diante do sofrimento do irmão, somos convidados a nos compadecer dele como se estivéssemos a ver o próprio Cristo nele. Se Deus me deu essa vida "confortável" financeiramente, se Deus me deu inteligência prática, se Deus me deu uma linda esposa e uma filha graciosa, é porque Deus espera algo de mim. São "talentos" que Ele me deu, não sinais de sua aprovação. Que, diante desses talentos, eu não aja nem como um filho pródigo, que dissipa seus bens de modo ingrato, nem como aquele homem que, preguiçoso e medroso, enterra o talento na terra, como se não aceitasse os encargos relativos a aquilo que foi dado. Ajuda-me, Senhor, a bem utilizar o que me foi dado, não para fins egoístas, mas para Vos servir. Ajuda-me, Senhor, a tudo fazer por Vós e em Vós. Salve-me, Senhor, tende misericórdia de mim, por tua infinita bondade. Ajuda-me a tudo ordenar com vista da maior Glória do Vosso Nome. Que eu possa dar testemunho de Vós, assim como S. Paulo, com minhas palavras e minha vida. Que eu não desperdice isso.
Nossa Senhora, mãe dos pobres, rogai por nós.
Nossa Senhora dos pobres
Nenhum comentário:
Postar um comentário