quinta-feira, 28 de maio de 2020

Quinta-Feira da Sétima Semana da Páscoa - 28/05


At 22,30; 23,6-11, Sl 15, Jo 17,20-26


 No Evangelho de Jesus, ainda na oração sacerdotal, Jesus Cristo reforça o caráter uno daqueles que creem Nele. A unidade daqueles que creram no que disse Cristo e receberam o batismo é a unidade mesma da Igreja, uma unidade que consiste na filiação divina e na profissão de uma fé reta. Todos os batizados que creem (ou pelo menos pensam que estão crendo) em tudo que crê e ensina a Santa Igreja estão unidos como membros de um mesmo corpo, o Corpo Místico de Jesus Cristo, como, aparentemente, ensina Pio XII. É esse corpo a "videira", fora da qual não podemos dar frutos. A edificação desse corpo, o completar o "número dos eleitos" e manter os unidos unidos, é a função da parte docente da Igreja, a hierarquia, padres, bispos. Os leigos não devem ensinar no mesmo sentido que os bispos ou padres, dando um discernimento geral a todos os fiéis, mas, entretanto, os leigos são sim chamados a pregar o Evangelho e a Fé da Igreja com sua vida e também ensinando, embora de modo diverso dos bispos (não coisas diferentes, mas com autoridade e foco diferentes). "Poderíamos fazer cestinhas de juta e encher o bucho", mas, nesse momento, é isso que Deus espera de nós? 

 Ontem fiquei muito tocado diante da situação de alguns irmãos na fé. Um homem recém-enviuvado, com diversos filhos e sem com quem deixa-los para trabalhar: eis uma situação que vai de encontro a minha confortável vida burguesa. É, num primeiro momento, clamoroso: por acaso aquele homem pecou mais do que eu para merecer passar por tudo isso? E daí, olhando para minha própria vida, é fácil perceber que não. Nossos sofrimentos e nossas dificuldades nessa vida não são proporcionais aos nossos erros e pecados, e, de modo complementar, nosso "bem-viver" no sentido material não é proporcional a nossa virtude. No sofrimento, somos convidados a nos unir a Cruz de Cristo, e diante do sofrimento do irmão, somos convidados a nos compadecer dele como se estivéssemos a ver o próprio Cristo nele. Se Deus me deu essa vida "confortável" financeiramente, se Deus me deu inteligência prática, se Deus me deu uma linda esposa e uma filha graciosa, é porque Deus espera algo de mim. São "talentos" que Ele me deu, não sinais de sua aprovação. Que, diante desses talentos, eu não aja nem como um filho pródigo, que dissipa seus bens de modo ingrato, nem como aquele homem que, preguiçoso e medroso, enterra o talento na terra, como se não aceitasse os encargos relativos a aquilo que foi dado. Ajuda-me, Senhor, a bem utilizar o que me foi dado, não para fins egoístas, mas para Vos servir. Ajuda-me, Senhor, a tudo fazer por Vós e em Vós. Salve-me, Senhor, tende misericórdia de mim, por tua infinita bondade. Ajuda-me a tudo ordenar com vista da maior Glória do Vosso Nome. Que eu possa dar testemunho de Vós, assim como S. Paulo, com minhas palavras e minha vida. Que eu não desperdice isso.

 Nossa Senhora, mãe dos pobres, rogai por nós.

our lady of the poor | Cacoethes scribendi : A Seminarian's Blog
Nossa Senhora dos pobres

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