At 18,1-8, Sl 97, Jo 16,16-20
Nesse dia meditei as leituras enquanto adorava o Santíssimo Sacramento exposto. Não posso dizer que consegui adorar tão bem quanto Cristo merece ser adorado, as inúmeras distrações tentam me tirar do eixo e a minha falta de diligência por vezes não luta contra essas mesmas distrações. Entretanto, pude tirar algumas mensagens importantes. Na primeira leitura, São Paulo faz tendas com Áquila e Priscila, até que Timóteo e Silas chegaram da Macedônia e puderam assumir o "sustento" de São Paulo, que se dedicou, de corpo e alma, totalmente a pregação do Cristo Crucificado que é loucura para os gregos e escândalo para os judeus, mas que é a resposta da qual o homem precisa para salvar-se do náufrago de sua alma. Nós também somos chamados a trabalhar para obter nosso sustento, e devemos fazer esse trabalho com dedicação e diligência, sem contudo desviar nosso olhar de Deus. Somos chamados a aguentar as dificuldades desse trabalho com paciência, e em cada pequeno ato elevar nossos olhos a Deus. Se esse trabalho for de natureza intelectual (tipo fazer pesquisa em física) e não ajudar ninguém diretamente por ele mesmo (como, novamente, é meu caso) então meu dever é buscar a transcendência nesse conhecimento que obtenho de modo a, por meio daquilo, mostrar os "vestígios" que Deus deixou na criação, que, no final das contas, podem ser obtido de meio muito mais certo pela filosofia. É um trabalho humildíssimo, sem dúvidas. Mas também somos chamados a não nos conformar. Não é porque estou fazendo física que devo me conformar em ser físico, construir uma carreira como físico, etc. Se existe (e existe!) a possibilidade de viver de algo que ou ocupe menos tempo e dê mais tempo para fazer um apostolado mais frutífero (apostolado não é trabalhar bonitinho, é pregar Cristo!) ou se há ainda a possibilidade de viver desse apostolado mesmo (ex: criar uma escola) então eu DEVO fazer isso, pois isso seria um modo muito mais perfeito de entregar minha vida a Deus. Como leigo, devo tentar transformar o mundo para torna-lo mais conforme a vontade de Deus, não apenas me conformar com ele padecendo seu modo de ser e me contentando com rezar um pouquinho, estudar coisas legais sem dar frutos e construir uma carreira. Isso é burguesismo espiritual! Preciso pregar Cristo. É o que disse São Jerônimo, ele poderia viver bem se passasse todo seu tempo construindo cestinhas de juta para vender, mas ele preferiu traduzir a bíblia (e por isso foi atacado). Isso, lamentavelmente, é um contraponto a doutrina de S. Josemaria Escrivá, garoto propaganda do CVII. Mas permaneçamos fiéis a Jesus Cristo na Santa Igreja, sempre sempre sempre.
No Evangelho, Cristo diz que vai e que depois volta. E ele voltou, ascendeu aos céus mas deixou a Sagrada Eucaristia, onde Ele se encontra completamente. Poxa, aí diante de nós temos o sentido de nossas vidas! Não nascemos para construir um paraíso terrestre (senão que devemos nos esforçar para que esse mundo seja espelho do outro de modo que as pessoas vejam a Ratio Divina e olhem para o Catolicismo como sua fonte), nascemos para o céu, nascemos para Jesus Cristo, ao menos nós que somos filhos de Deus pelo batismo. Ó Jesus, ajuda-nos a amar esses momentos mais do que tudo em nossa vida. Ajuda-nos a amar-Vos acima de tudo, ajuda-nos a adorar-Vos em espírito e verdade, repousando nosso coração em Vós, pela Graça do Espírito Santo.
Que possamos viver uma vida tal que possamos morrer como morreu São Paulo, vendo a morte da carne para a vida eterna como um prêmio, como uma coroa imperecível, não como uma tragédia sem solução.
Jesus Cristo, filho de Maria, tende piedade de mim pecador!
São Áquila e Santa Priscila, ora pro nóbis.
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