At 13,44-52, Sl 97 , Jo 14,7-14
Vou começar a meditação de hoje não com a meditação na liturgia, mas com uma meditação acerca de minha situação concreta. Ontem a noite consegui assistir a Santa Missa e comungar, assim como hoje de manhã. Que graça maravilhosa! Entretanto, algo veio para me abalar. De novo volta esse assunto maldito: o coronavirus. Por um lado, sei de todo meu coração que o mais importante que temos em nossa vida é Jesus Cristo, é viver na amizade com Ele, é buscar estar na presença dEle fazendo Sua vontade. Por outro lado, será que não estou sendo irresponsável? Será que estou desdenhando da gravidade da doença? Eu deveria ser mais cuidadoso ao sair de casa? E sobre meus pais, meus sogros, etc? Devo esperar uma vacina pro COVID-19 pra que eles possam ver a neta deles, da qual eles sentem tanta falta? Acho que, por precaução, por prudência, essas visitas podem esperar um pouquinho mais, mas não a presença na Santa Missa. Agora, com a perspectiva do lockdown, pode ser que essa breve graça que nos foi concedida seja novamente impossibilitada. Os bispos continuam sem qualquer perspectiva de reabrir as igrejas, ainda que seja tomando as devidas precauções sanitárias. Vários e vários insultos aparecem, direcionados a aqueles que são a favor da volta da celebração públicas dos sacramentos. Na Polônia, onde as missas continuaram públicas, o povo já voltou até a jogar futebol! Aqui no Brasil, muitas pessoas, até bispos, surgem com termos heréticos aos moldes de "idolatria de hóstia", como se o Corpo de Cristo não o fosse sem a presença de uma "comunidade". Enfim, a situação toda escancara como somos mundanos, como colocamos a preservação da vida acima de tudo, como se os Sacramentos fossem apenas um adicional pra gente viver mais feliz, um luxo, um mimo de Deus, não um instrumento eficaz de santificação, de salvação, de fortalecimento da vontade contra o pecado, inclinando-a a Vontade de Deus, que tudo faz certo.
Enfim, voltando ao Evangelho, Jesus diz que Ele revela Deus ao mundo. Nós não conhecemos Deus pela razão, apenas descobrimos algumas coisas acerca Dele, que Ele É, que Ele é Todo-Poderoso, etc. Mas apenas em Cristo podemos de fato conhecer Deus profundamente. Cristo andou entre nós, viveu entre nós como uma pessoa, e se entrega por nós, a pessoa inteira, humana e Divina. Essa mesma pessoa se encontra na Eucaristia, que nós recebemos. Apalpamos Jesus, tocamos em Jesus, e Ele toca em nosso coração se nós nos abrirmos a graça Dele nesse momento. Ó Jesus! Mantei-nos de olhos fixos em Vós, de modo que o amor a Vós seja guia, seja seta para apontar a nós o caminho em cada momento de nossa vida. Perdoa nossas faltas, ajuda-nos a amar-Vos mais e ter também esperança em Vós. Ajuda-me a ser prudente e não me arriscar a toa, mas acima disso ajude-me a não temer a morte, pois vale mais uma vida curta vivida na Vossa amizade que uma vida longa e afastada de Vós! Ajuda-me, Senhor, a viver minha vida de tal modo que, no fim do dia, eu possa olhar para Vós e dizer: "eu errei em alguns momentos, mas busquei fazer a Tua vontade em cada instante do dia". Ajuda-me, Senhor, a ser humilde, a perceber que sem Vós eu não sou nada. Ajudai-me, enfim, a ver que Vós sois o mais importante, não a saúde, e mais especificamente, não a minha saúde. Peço que me livre da doença e da morte precoce, mas peço ainda mais encarecidamente que me livre, Senhor, do pecado mortal, da ofensa a Vós, da vida como Vosso inimigo, da Morte Eterna no Inferno com Satanás e seus anjos.
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
E que o Senhor abençoe o Pe. Jonas, o Pe. Aldo e todos os padres da paróquia São Sebastião!
Cenáculo, onde ocorreu a última ceia e o diálogo do Evangelho de hoje
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