At 9,31-42, Sl 115,12-17 , Jo 6,60-69
Na primeira leitura, vemos os grandes milagres feitos por São Pedro nos primórdios da Igreja, ainda na terra prometida, numa época onde não haviam perseguições e eles gozavam de grandes estima por parte de todos aquelas pessoas, com exceção do alto escalão "intelectual" dos judeus. É interessante como Deus normalmente fornece primeiramente uma época de graças, de bençãos, de recompensas antes de submeter os fiéis a provação. Sem esse pontapé inicial, a primeira provação nos jogaria no buraco. Deu deu paz para que os apóstolos amadurecessem a fé e manifestassem a palavra de Deus. Inclusive, foi numa época de paz geral, a pax romana, que Cristo veio ao mundo. Mas é como a própria jornada de Cristo com os apóstolos, primeiro vem a transfiguração, onde Cristo manifesta sua Glória e enche de espanto e vigor o coração dos apóstolos: depois vem a Paixão. E é com vista da nossa união a Cristo em Sua Paixão que Ele nos fornece uma miríade de bençãos! Minha vida é tranquila, tenho uma linda família, uma filhinha saudável, uma esposa maravilhosa, tenho mãe viva e saudável e convivo bem com meus irmãos, sobrinhos e também com os familiares por parte da minha esposa. Tenho um "salário" bom, o dinheiro que ganhamos aqui em casa é mais que suficiente para o mês e supostamente faço aquilo que gosto (tá, quanto a isso há certas controvérsias, mas daí já é querer demais, né?). Tenho a graça de ter amigos maravilhosos, e acima de tudo, de ser católico e conhecer e professar a Fé dos apóstolos. Porque Deus me dá tudo isso? Porque minha vida é tão "fácil"? Porque Ele espera algo de volta. Eu sou fraco e engatinho: Deus deseja que eu cresça na fé e no serviço a Ele para que, no futuro, eu possa me unir a Cruz com Ele. Claro, há cruzes hoje em dia, eu muitas vezes não consigo me empenhar na minha pesquisa, por vezes rezo pouco, as vezes ajo reativamente e odeio profundamente essa minha conduta. Mas está claro que eu não vigio e não me entrego a Deus o suficiente. Ele me dá tudo isso esperando algo de volta, não porque algo possa ser acrescentado a Sua grandeza, mas porque Ele deseja que eu seja testemunha viva do Evangelho e concretamente faça algo para manifestar mais a Glória de Deus aqui nesse mundo com vista à salvação das almas e minha própria santificação. E o que faço com todos esses bens? Nada. Uma acídia toma conta de mim, e, dado tudo isso, me sinto triste e desanimado, desanimando com o próprio bem possível da santificação que se apresenta a mim pela Graça.
Conversamos com o padre da paróquia mais próxima, sacerdote muito piedoso, e ele fornecerá pra nós a Sagrada Comunhão hoje a noite, após celebrar de portas fechadas a Santa Missa dominical. É uma grande graça, mas será desperdiçada se nosso coração não ansiar apaixonadamente pela união com o Cristo. Uma vida que não é entregue, que é vivida sem ser examinada, que é vivida no automático, condiz com aqueles que, ao ouvir as palavras de Cristo sobre a Eucaristia (devem comer de meu corpo), fugiram, parando de segui-Lo. Senhor, consertai a nossa vida e fazei com que ela, em todos os momentos, dê testemunho de nossa fé em Vós, de modo que, fazendo isso, orientando tudo para seu reto fim, possamos também orientar nossos afetos para aquela que a é coisa mais sublime que alguém pode fazer nessa vida, que é comungar estando em estado de graça (coisa que acho que estou, mas sabemos que é impossível ter certeza! Isso é doloroso, mas Deus sabe o que faz). Ressuscita-nos, Senhor, assim como São Pedro pelo Vosso poder ressuscitou Tabita. Infunde-nos um amor profundo a Santa Eucaristia. Fazei com que a Igreja viva também por meio de nós.
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
PS: Acabei nem falando de Santo Atanásio! Talvez eu volte pra cá e dedique uma meditação separada pra ele.
S. Pedro ressuscita Tábita
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